Sobre nós


O blog “Falando do B” tem como objetivo resgatar a história de um grande sucesso do Jornal do Brasil, o Caderno B. Os alunos da FACHA (Méier) desejam mostrar o início desse suplemento, a sua fase áurea, os grandes escritores e jornalistas que trabalharam no caderno e o quanto ele foi importante, visto que inaugurou uma área cultural até então inexplorada pelo jornalismo brasileiro. Os cadernos culturais se transformaram em objeto de desejo da maioria dos jornais depois de sua criação. O Caderno B foi o pioneiro e até hoje nós podemos curtir esse trabalho diariamente no JB.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

18 de maio 1999 - Capa do B com Dias Gomes

Fonte: JB Online

OS BEATLES (04/07/1965) - por José Carlos Oliveira


Fala-se muito ultimamente em quatro rapazes: os Beatles. Eles representam para a Inglaterra o que a Brigitte Bardot representava há pouco tempo para a França: um monte de divisas. Por causa disso, a Rainha os elevou à Ordem do Império Britânico. Diante do quê os velhos heróis britânicos devolveram suas condecorações. Nesse momento ficou claro que os Beatles simbolizam a juventude atual, cujo comportamento e linguagem estão em conflito permanente com os chamados valores respeitáveis, representados estes pelos velhos heróis. Um deles, Paul Mc Cartney, fez esta declaração importante:
- Os velhinhos estão zangados porque nós conquistamos, cantando, a medalha que eles foram buscar no campo de batalha. Pois eu acho que é muito melhor cantar do que fazer a guerra.
Eis, em sua simplicidade, o conflito. A juventude quer a dança, a bagunça alegre; os mais velhos vêm com aquela velha história de honra e bravura, que acaba em sangue e lama. O encanto dos Beatles reside no fato de que não levam nada a sério, a não ser o dinheiro. E não se preocupam muito com o dinheiro, apenas vão recolhendo aquilo que ganham com o seu trabalho. Mostram-se cabeludos só para chatear, e um deles, John Lennon, considerado o intelectual do grupo, chegou mesmo a publicar um livro completamente alucinado, que lembra os belos tempos de outra geração igualmente descontraída, pacífica, alegre e, por isso tudo, perigosa: os surrealistas. Foram dizer a John Lennon que o modo como o seu livro fora escrito recordava a técnica de James Joyce. Eis o que ele comentou:
Todo mundo falava tanto que eu imitava o Joyce que acabei resolvendo lê-lo. Foi fantástico. Incrível. Levei a metade de um dia para decifrar a metade de um capítulo. Mas tive a impressão de reencontrar o meu papaizinho...
É bom que os jovens não tenham medo de nada e que se lancem como iconoclastas sobre tudo o que se considera mais sagrado e respeitável: os cabelos cortados, a literatura de vanguarda, qualquer espécie de protocolo e, finalmente, aquilo que é quase sempre o fim de tudo isso: a guerra para defender toda essa hierarquia, que no entanto é sempre contestável. Quem fez a fortuna dos Beatles foram as crianças. Em todas as regiões do Ocidente, as crianças se apaixonaram por eles e começaram a disputar os seus discos. Foi uma penetração irresistível: dos 200 milhões de dólares ganhos em 1964 pela indústria norte-americana de discos, 50 por cento eram representados pelos Beatles. Cem milhões de dólares, portanto, é quanto eles valem, em apenas um ano e em apenas um país. Em vez de devolverem as medalhas, aqueles velhos senhores deveriam começar a perguntar por quê. Por que os Beatles? Por que esses cabeludos, esses que zombam de tudo e não levam nada a sério?
Porque atrás dos Beatles estão toda a juventude e toda a infância. Esperemos que eles cresçam, e muitos velhos senhores começarão a tremer.

domingo, 21 de junho de 2009

Entrevista com Reynaldo Jardim, criador do Caderno B


Reynaldo Jardim foi o criador do Caderno B e participou da reforma do JB nos anos 50. Aos 82 anos, diz estar cada vez mais jovem e pede para não ser chamado de senhor. Com simpatia, se disponibilizou a responder perguntas para o Falando do B.

1- Como foi seu ingresso no JB? Quais cargos ocupou até chegar no momento
da criação do Caderno B?

Pela porta do Rádio Jornal do Brasil, onde dirigi e criei o Sistema “música e informação”.


2- No que exatamente consistiu a Reforma do JB, ocorrida nos anos 50?
A reforma do JB começou justamente nesse suplemento. Era um caderno de vanguarda inserido num mar de anúncios classificados. Com o sucesso do SDJB, a Condessa Pereira Carneiro resolveu dar uma cara e um conteúdo novo ao jornal. Chamou uma equipe de jornalistas, a maioria vinda do Diário Carioca. A cabeça da reforma do JB foi o Janio de Freitas. Você precisa falar com ele.


3- Como foi o processo de criação do Caderno B, tanto na parte gráfica quanto na de conteúdo?
Antes de criar o Caderno B inventei o Suplemento Dominical do Jornal do Jornal do Brasil que começou sendo um programa de crítica, comentários e assuntos culturais. O programa se transformou em caderno cultural, onde colaboraram: Antônio Houaiss, Ferreira Gullar, Mário Pedrosa, Mario Faustino, o Nogueira, o Rouanet e um punhado de jovens muito bem informados.


4- De que forma foi traçada a linha editorial do B?
O JB era editado em dois cadernos. O segundo era apenas o prosseguimento do primeiro e nele saiam os classificados. Eu achei que esses anúncios deveriam sair em caderno separado. O caderno A, atualidade; o C, classificados; o do meio, o B, assuntos culturais. O B, batizado pelo Jânio, era editado por mim. Como eu só sei editar desenhando as páginas.

Não houve um planejamento a priori. As coisas foram tomando forma aos poucos, à proporção que ia formando a equipe. Havia páginas com editorias fixas. Por exemplo, o Sérgio Cabral escrevia uma página chamada “Música naquela base”. O Noronha copidescava “Onde o Rio é mais carioca” com matéria produzida pelo Amaury e a Vera. O Newton Carlos, “O céu também é nosso”.


5- O prestígio do Caderno era em função da qualidade das matérias ou dos colunistas?
Da inovação, do bom jornalismo, da dedicação de todo mundo.


6- De que forma os colunistas eram escolhidos?
Pelo talento e bom texto. Pela honestidade profissional.


7- Como era trabalhar com pessoas famosas como Clarice Lispector, Marina Colasanti e Drummond?
Eu criei e editei o B durante cerca de seis anos. Depois vieram outros editores. No meu tempo eu não trabalhava com pessoas famosas, trabalhava com jovens competentes que depois se tornaram famosos.


8- Por qual motivo o senhor se demitiu do JB em 1964?
Quando eu me demiti, era o editor do B, diretor da Rádio JB, fazia o Caderno de Domingo e uma revistinha para crianças.

Um dia eu cheguei na rádio e a equipe de programação da música não estava lá. Me informaram que o Dr. Brito havia convocado o pessoal para orientá-los. Entrei na sala de reunião e lá estava o meu pessoal recebendo instruções. Fiquei furioso com a quebra de hierarquia. Só porque ele era o dono da empresa pensava que podia passar por cima. Eu me sentia o dono da rádio. Sai da sala e bati a minha carta de demissão. Naquele tempo com mais de 10 anos de serviço, a não ser por justa causa, ninguém podia ser demitido. Sem uma alta indenização. Abri mão de tudo.


9- Em termos de ambiente, colegas e linha editorial, em qual veículo o senhor gostou mais de trabalhar?
Eu não trabalho onde não gosto. No JB era ótimo. No Correio da Manhã, melhor ainda. No Sol foi o trabalho mais gratificante.


10- O caderno de hoje pode ser considerado tão bom quanto o Caderno B dos anos 60 e 70?
O próprio Jornal do Brasil piorou muito, O B de hoje não é nada. O JB perdeu a dignidade formal e de conteúdo. Mas tem gente boa lá.
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Por Daniela Frauches e Jéssica Lima

Nuvens suburbanas sob o sol de Ipanema

Foto de Fábio Motta, da Agência Estado

Matéria de Joaquim Ferreira dos Santos publicada na capa do Caderno B de 4 de novembro de 1984.

"Ipanema, essa senhora cada vez mais gorda e poluída, reclama de novas estrias e dentes cariados em seu corpanzil: agora é culpa dos ônibus Padron, a linha 461 que, há um mês, está trazendo suburbanos para seu "paraíso", numa viagem de apenas 20 minutos, via Rebouças. É o que dizem seus moradores, inconformados. Ouçam só:

- Que gente feia, hein?! (Ronald Mocdes, artista plástico, morador da Garcia D`Ávila, bem em frente ao ponto do ônibus).

- No outro dia eu saí da loja com um vestido comprido, alinhado, e você precisava ver o que aconteceu. Me chamavam de urubu, um horror. (Débora Palmério Fraga, gerente da Gregorio Faganello).

- É chocante dizer, mas eles estão desacostumados com os costumes do bairro. Nem vou mais à praia aqui. É farofeiro para tudo quanto é lado, olhando a gente de um modo estranho. Ficam passando aquele bronzeador. A sensação é de que eles estão invadindo o nosso espaço. (Maria Luiza Nunes dos Santos, ex-freqüentadora da praia da Garcia D`Ávila e que agora só vai ao Pepino).

- Desse jeito o verão vai ser um faroeste. (César Santos Silva, proprietário da lanchonete Chaika, na Visconde de Pirajá).

Os comerciantes estão se organizando e já despacharam diversos abaixos-assinados aos gabinetes de Leonel Brizola, de Jaime Lerner (o secretário que inventou a linha de ônibus), ao Detran, a todos que eles julgam com poderes para erradicar o mal. Reclamam também do inferno que se formou no trânsito. Ouçam mais:

- Depois das 17 horas a minha vitrine fica escondida atrás de uma fila enorme de passageiros. É claro que as clientes ficam bem inibidas de atravessar no meio daquela gente toda. (Doris Serfaty, da butique Carla Roberto, na Rua Vinicius de Moraes. Ela está lançando a moda que deixa o sutiã à mostra).

- A rua é muito apertada e, quando o ônibus pára, interrompe o tráfego no bairro inteiro. Só dá ele na rua. Fica uma buzinação de louco. Além disso ele é muito pesado, e o asfalto está cedendo. Tem que botar ele para fora da área do comércio. (Luli Beviláqua, da loja Luli R).

***

Há muito tempo que Luli não freqüenta a praia de Ipanema, preferindo as delícias mais calmas e limpas da Barra da Tijuca. Mas, definitivamente, já não há qualquer gueto de sofisticação sobre nossas areias, lamenta. Pois até a Barra está sendo cortada por outra linha da Padron, diretamente de Madureira. Na praia de domingo passado, Luli já sentiu a diferença.

- A praia mudou de cor. Eu fico ali no Farol da Barra, junto com o pessoal que pega wind. Apareceram umas caras inteiramente novas. Um cara estendeu a toalha, deitou e dormiu o tempo todo. Nunca tinha visto isso.

Os moradores de Ipanema sugerem que a Padron faça seus pontos no Jardim de Alá, na Praça General Osório, na Henrique Dumont, na Epitácio Pessoal, locais mais amplos, onde não causam qualquer dano ao fluxo do trânsito. E que a polícia, o 19º Batalhão, dê blitzen constantes no bairro. Eles acham que, se continuar do jeito que está, Ipanema no verão vai ser notícia não pelo biquíni enroladinho ou pelo sutiã exposto.

- No sábado um sujeito desses ônibus sentou em sua cadeirinha de praia dentro da minha loja para aproveitar o ar refrigerado, enquanto esperava a condução. Tive que chamar os seguranças da rua. Quando chegou na segunda-feira fui abrir os cadeados da porta e não consegui. Os farofeiros tinham entupido tudo com areia e papel. Precisei serrar. (Dono de uma sofisticada loja de decoração na Visconde de Pirajá, que não se identifica com medo de represálias).

- São grupos enormes, sempre gritando, fazendo bagunça e puxando os cordões de quem passa. Estão criando um cenário de vandalismo e terror. Os moradores por aqui estão assustados. (César Santos Silva, Chaika).

- Os passageiros na fila ficam olhando aqui para dentro de um jeito mal-encarado. As freguesas comentam com a gente: "Que horror!" No outro dia tinha um mal-encarado que ficou no ponto um tempão, sem pegar os ônibus. Como estava com a mão enrolada pensamos até que tivesse uma arma dentro. Chamamos a policia. Viver nesse clima não dá. Essa é a rua das melhores boutiques do Rio. Onde é que estavam com a cabeça quando botaram um ponto de ônibus suburbano aqui? (Cristina Campos, vendedora da Spy and Great, em frente ao ponto da Garcia D`Ávila).

***

Os depoimentos se sucedem, falam de churrasqueiras na praia, de bóias de pneus, do trânsito emperrado atrás das enormes traseiras dos Padron. Para que tudo melhore há tanto os que sugerem a mudança dos pontos, a retirada dos ônibus, mais polícia nas ruas, assim como mais educação. Mas pedem pressa. Pois o verão está aí e antes dele o Natal, mês que vem.

- A gente paga imposto tão caro para eles botarem essa pobreza na porta da gente. parece até a Central do Brasil. De vez em quando a gente passa por eles e grita "Japeri". Eles ficam chateados. (Ronaldo Mocdes, artista plástico).

- Fica essa negrinhagem aí na porta... (Cristina Campos, vendedora da Spy and Great).

- Quem tem um nível melhor já está procurando outra praia que não seja Ipanema. Eles não têm classe, não têm educação. Eu sei que a praia é pública, mas é horrível. No outro dia eu estava na praia conversando com a minha irmã, dizendo como os suburbanos são horríveis. Uma suburbana reclamou, mas eu nem dei conversa. Vê se eu vou me misturar. (Sonia Barletta, moradora da Rua Vinicius de Moraes).

- Eles têm direito de ir à praia, mas podem ir de maneira organizada. Ou senão ficar na praia deles, em ramos. O governo podia fazer também um lago artificial pra eles lá no subúrbio (Maria Luiza Nunes dos Santos, vendedora da Faganello).

- O turismo vai ser prejudicado, você vai ver. Ou você acha que o pessoal do Caesar Park vai querer se misturar com eles, suas bananas, piquenique. Pode parecer elitista, mas não é não. os suburbanos atrapalham. (Débora Palmério Fraga, gerente da Faganello).

- É o fim da picada, Ipanema acabou. Na praia ficam agora uns homens gordos passando bronzeador na barriga branca, aquelas cenas de amor de suburbano. Na minha porta é trocador assobiando, uma multidão sempre, gente feia mesmo. Não dá nem pra sair mais com os meus cachorros. (Ronald Mocdes, artista plástico, acariciando seus cachorros da raça Saluky, de nomes Tramp e Chivas).

- Au, au, au. (Tramp e Chivas)."

Por Amarilis Brandão, David Trindade e Karina Mattos

sábado, 20 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O B: precursor do jornalismo cultural especializado no Brasil

O Jornalismo Cultural
(Por Arthur Dapieve)


Dado o compreensível deslumbramento de estudantes e jovens profissionais pela área, a primeira coisa a ser dita sobre jornalismo cultural talvez seja a seguinte: ele não é, em si, uma forma de arte. Jogado o balde de água fria, cabe então acrescentar calorosamente: apesar disso, os chamados "segundos cadernos" continuam a ser, na imprensa brasileira, o habitat por excelência da experimentação e da renovação, tanto no texto como na apresentação gráfica. De tal forma que recursos inventados nas editorias de cultura são tomados emprestados pelas outras editorias, arejando jornais ou revistas. É de bom tom, porém, que essa avenida seja de mão dupla: o repórter cultural jamais deve perder de vista que, por mais "cultural" que ele seja, continuará sendo "repórter". E, portanto, em comum com seus colegas de redação, continuará tendo responsabilidades para com o leitor.Mas por que o jornalismo cultural acabou por se tornar o obscuro o objeto do desejo de expressiva parcela de formandos e recém-formados? Entre outras razões porque, anteriormente, o próprio caderno cultural havia se tornado objeto de desejo de quase todos os grandes e médios jornais brasileiros a partir da criação do Caderno B, do Jornal do Brasil, tal como o entendemos. No final dos anos 1950, o artista plástico Amílcar de Castro foi convidado por Odylo Costa, filho, para reformular o jornal visualmente. Não era tarefa fácil. Era preciso quebrar resistências em vários setores do JB, dos cargos de chefia aos operadores da gráfica. A sua nova primeira página, por exemplo, com um "L" de anúncios, mas ainda muito semelhante à que vemos hoje em dia, só foi pela primeira vez para as ruas a 2 de junho de 1959, cerca de dois anos depois do início do trabalho de Amílcar.Foi nesse contexto que surgiu o Caderno B. Destinado a não apenas tratar de cultura, mas também a ser, ele próprio, um produto cultural. Parte do hábito de se embaralhar jornalismo de arte com arte do jornalismo vem, por conseguinte, dessa concepção de suplemento, suplemento anteriormente identificado como "feminino" ou "de variedades". O velho B podia se dar a este luxo: contava em seus quadros, por exemplo, com o designer Reinaldo Jardim e com o poeta Ferreira Gullar. Ambos, e outros tantos, eram representantes de um tempo pré-regulamentação da profissão de jornalista, na qual escrever bem literariamente se confundia com escrever bem jornalisticamente. Graças a essa confusão, é bom ressaltar, os jornais brasileiros foram enriquecidos por, entre tantos outros, Graciliano Ramos e Nelson Rodrigues. Quase todo escritor nativo de antes dos anos 1970 pisou numa redação. A língua agradece.Com seus textos criativos e sua diagramação arrojada, o Caderno B tornou-se então um ponto de referência na imprensa do país. "Caderno B, você ainda vai ter um", poderia ter sido o slogan dos jornais brasileiros. Cedo ou tarde, todos os mais importantes criaram ou recriaram seus suplementos, às vezes traindo sua inspiração já nos títulos: Dia D (O Dia), Tribuna Bis (Tribuna da Imprensa), Caderno 2 (Estadão). O resultado foi que os cadernos de cultura à moda brasileira se tornaram sui generis no mundo. Não há, nos EUA ou na Europa, suplementos diários de cultura trazendo reportagens, resenhas críticas, colunas assinadas e, tão importante quanto, o chamado "serviço", ou seja, notinhas com o roteiro dos cinemas, teatros, galerias, casas de espetáculo: seus endereços e telefones, seus horários e dias de funcionamento, etc.No exterior, esse tipo de jornalismo fica restrito a um caderno semanal nos grandes diários, ou a revistas especializadas. Notícias sobre cultura são publicadas todos os dias, mas não em seções especiais, em separado, com as mesmas características conceituais dos cadernos brasileiros tributários do B.