Sobre nós


O blog “Falando do B” tem como objetivo resgatar a história de um grande sucesso do Jornal do Brasil, o Caderno B. Os alunos da FACHA (Méier) desejam mostrar o início desse suplemento, a sua fase áurea, os grandes escritores e jornalistas que trabalharam no caderno e o quanto ele foi importante, visto que inaugurou uma área cultural até então inexplorada pelo jornalismo brasileiro. Os cadernos culturais se transformaram em objeto de desejo da maioria dos jornais depois de sua criação. O Caderno B foi o pioneiro e até hoje nós podemos curtir esse trabalho diariamente no JB.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Entrevista com Antônio Carlos, conhecido como "Joinha", do Jornal do Brasil

No jornal do Brasil eu entrei dia 09 de Setembro de 1971, chamava naquela época de estafeta que entregava correspondência administrativa.
Depois de quase mais ou menos 10 meses, teve a oportunidade da fotografia, o laboratório fotográfico na Avenida Rio Branco, 110/112. Hoje é o Edifício Conde Pereira Carneiro, que era o nome do dono do jornal na época.
Comecei fazendo estágio. Após quase dois a três anos de estágio teve uma vaga de Laboratorista Fotográfico. Comecei a fazer. Tínhamos uma equipe de 45 fotógrafos e 10 laboratoristas. Cobria tudo e fazia tudo, material para viagens. Sempre tinham no mínimo dois ou três viajando para cobrir uma matéria de fora e sempre alguém na Europa também. A primeira agencia de noticia do país foi a agência Jornal do Brasil em 1976.

Mudança da fotografia no jornal do Brasil
Para o jornal a mudança aconteceu no final dos anos 80 e começo dos anos 90. Começamos a revelar os filmes C41, com os negativos C41 expondo eles no papel você pode fazer cor ou preto e branco. As páginas da frente poderiam ter cor, mas as folhas de trás não poderiam se não uma colava na outra se não estragava o material. O material era chamado um por um. Isto do preto e branco para o colorido.
Com a era digital, o negativo acabou, mas conseguimos ficar até 2005 com a máquina analógica. Algumas pessoas ainda trabalhavam com essa máquina. Tinha o processo de copiar o negativo, aparecia na tela e mandava para o sistema para publicar no jornal. Dava mais trabalho, agora é importante esse “mais trabalho” porque fazíamos um trabalho mais balizado. Um rolo de filme tinha 35 fotografias, e você com 36 fotogramas você pensava mais no que fotografava. Hoje, no dia a dia, com um cartão de memória de quatro gigas o pessoal faz muita coisa. Com a facilidade de tirar muitas fotos, você acaba fazendo muita coisa repetida. No rolo de filme você tirava uma ou duas fotos do mesmo lugar para escolher qual seria ou ficaria melhor.
Sou mais conservador das fotografias tiradas de máquinas analógicas, pois você pode revelá-las e guarda-las por um tempo maior. O negativo dura mais que uma foto num CD.

“Fotografia era muito difícil, agora qualquer um fotografa”.

“Fotografia é o olhar”.

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