Sobre nós


O blog “Falando do B” tem como objetivo resgatar a história de um grande sucesso do Jornal do Brasil, o Caderno B. Os alunos da FACHA (Méier) desejam mostrar o início desse suplemento, a sua fase áurea, os grandes escritores e jornalistas que trabalharam no caderno e o quanto ele foi importante, visto que inaugurou uma área cultural até então inexplorada pelo jornalismo brasileiro. Os cadernos culturais se transformaram em objeto de desejo da maioria dos jornais depois de sua criação. O Caderno B foi o pioneiro e até hoje nós podemos curtir esse trabalho diariamente no JB.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tarcísio Holanda, Repórter especial


Tarcísio Holanda, que entrou para o Jornal do Brasil em 1963, contou para o Falando do B sobre seu teste para ingressar no jornal, além de matérias que escreveu para o Caderno B.
“Para ingressar no Jornal do Brasil, se não me falha a memória, em abril ou maio de 1963, fui submetido a um teste pelo chefe de reportagem, o legendário repórter Jaime Negreiros, que ganhou um Prêmio Esso de Reportagem com a reportagem "Copacabana pode morrer de medo", referindo-se à alta densidade populacionar daquele bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro. Meu teste foi uma reportagem sobre um asilo (localizado no bairro do Catete), que era administrado por um dos pioneiros da gerontologia no Rio e no Brasil , Dr. Mário Filizola, que escreveu um livro clássico sobre gerontologia, 'COMO EMPLACAR CEM ANOS, no qual cita esse meu trabalho. Escrevi uma reportagem de 10 laudas, que foi publicada no Caderno B do Jornal do Brasil, em grande estilo, sobre esse asilo de senhores e senhoras de idade. Era uma matéria triste, de certa maneira, pois as famílias de classe média alta e alta ainda hoje costumam se livrar de mães e pais velhos internando-os nos asilos. pela reportagem, fui admitido no Jornal do Brasil, na classificação mais alta de repórter então existente, Repórter Especial.
Sempre escrevi matérias que foram publicadas no Caderno B, mas eu não trabalhava efetivo na equipe do B. O B publicou algumas reportagens especiais que escrevi - com o senador Filinto Muller, o famoso Chefe de Polícia do Estado Novo, defendendo-se das acusações que lhe foram feitas pelo deputado José Maria Crispin, do antigo PCB, de que torturara presos políticos nos porões da Chefatura de Polícia, que funcionava à Rua da Relação, no centro velho do Rio de Janeiro. O Caderno B também publicou uma grande reportagem que escrevi sobre o marechal e deputado pelo Rio de Janeiro Ângelo Mendes de Moraes, que morava em uma rua antiga de Laranjeiras e era dono de uma coleção de relógios antigos. Mendes de Moraes prestou um depoimento importante sobre a rebelião militar que levou o presidente Getúlio Vargas a se suicidar - ele que era, então, inspetor-Geral do Exército. Acusou o general Zenóbio da Costa, ministro da Guerra, de ter abandonado Vargas. O Caderno B publicou uma matéria por mim assinada sobre a obra do poeta cearense Gerardo de Mello Mourão, que o diretor do JB de então, jornalista e escritor Oto Lara Rezende, mandou fazer. Houve outras matérias, como qualquer pesquisa no Caderno B poderá atestar, mas a minha memória guardou estas.”

Por Daniela Frauches, Guilherme Motta e Jorge Carvalho

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