Sobre nós


O blog “Falando do B” tem como objetivo resgatar a história de um grande sucesso do Jornal do Brasil, o Caderno B. Os alunos da FACHA (Méier) desejam mostrar o início desse suplemento, a sua fase áurea, os grandes escritores e jornalistas que trabalharam no caderno e o quanto ele foi importante, visto que inaugurou uma área cultural até então inexplorada pelo jornalismo brasileiro. Os cadernos culturais se transformaram em objeto de desejo da maioria dos jornais depois de sua criação. O Caderno B foi o pioneiro e até hoje nós podemos curtir esse trabalho diariamente no JB.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Entrevista: Diana Aragão

No JB

Trabalhei 14 anos, de 1973 quando entrei como estagiária até 1987, quando pedi demissão pra trabalhar no Segundo Caderno de O Globo a convite do meu ex-editor do B, o saudoso Humberto Vasconcelos.


Matérias para o B


Todas nós fazíamos de um tudo: o dia-a-dia da cultura, funéreos, etc. Mas o meu forte mesmo, como fiquei conhecida até hoje, foram as reportagens nas áreas de música e TV, além de acumular com críticas de shows/discos/TV me revezando com a Maria Helena Dutra em suas férias e assumindo depois da sua saída do B. Foi uma indicação do crítico de teatro do B até hoje, o Macksen Luiz.

O JB para sua carreira


Foi, sem dúvida, uma das melhores épocas da minha vida profissional e pessoal, pois além do reconhecimento no trabalho, foi o local onde fiz meus grandes e melhores amigos até hoje, não só com as queridas “meninas do B” mas com o povo do jornal como um todo, pois a redação era muito unida.
Repercussão das matérias

A repercurssão de qualquer matéria no B, não só minha, mas dos coleguinhas era enorme, porque realmente ele ditou modas e costumes, era uma “bíblia” da época, um foco de resistência cultural. Tenho o maior orgulho até hoje de ter trabalhado no que considero o período áureo do JB como um todo, vale frisar.


Histórias


Existem 500 mil histórias interessantes porque – repito – cobríamos de A a Z. Dos irmãos Veloso, Chico Buarque, Manoel Carlos, fundação do Grêmio Recreativo Escola de Samba Quilombo com mestre Candeia à frente, os também mestres Cartola e Nelson Cavaquinho, o Free Jazz, o Projeto Pixinguinha. Um dia você estava na piscina do hotel Nacional entrevistando o Sonny Rollins e vendo o Chet Baker sentado na escada, sozinho, comendo um chocolate ou entrevistando Gal Costa. Ou Maria Bethânia em sua casa das Canoas. No outro dia estava no Jardim América conversando com Nelson Cavaquinho ou no Buraco Quente, da Mangueira, com Cartola. Ou ainda vendo a minha Mangueira ser supercampeã na inauguração do Sambódromo e quase ser esmagada na abertura da Praça da Apoteose, no mesmo Sambódromo, para shows (aberto com Milton Nascimento). Ou comício das Diretas Já na Candelária, os shows de primeiro de maio no Riocentro. São muitas histórias...


Emoção


O JB e o Caderno B foram marcantes na minha vida e fico muito emocionada com as inúmeras lembranças, de amigos que já morreram e por isso passo meio batida pra não chorar....

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