Sobre nós


O blog “Falando do B” tem como objetivo resgatar a história de um grande sucesso do Jornal do Brasil, o Caderno B. Os alunos da FACHA (Méier) desejam mostrar o início desse suplemento, a sua fase áurea, os grandes escritores e jornalistas que trabalharam no caderno e o quanto ele foi importante, visto que inaugurou uma área cultural até então inexplorada pelo jornalismo brasileiro. Os cadernos culturais se transformaram em objeto de desejo da maioria dos jornais depois de sua criação. O Caderno B foi o pioneiro e até hoje nós podemos curtir esse trabalho diariamente no JB.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Gírias consolidadas pela imprensa

O colunista Zózimo Barroso do Amaral registrou inúmeras palavras e expressões de gírias na célebre coluna social que fazia para o Jornal do Brasil, muitas das quais foram depois incorporadas à língua. No dia catorze de fevereiro de 1970, comentando a forma cautelosa com que famoso músico reentrara na atmosfera brasileira, depois de uma temporada no exterior, Zózimo escreveu no Caderno B: ''Durante o carnaval, na moita, chegou da Europa o Wilson Simonal''. ''Na moita'' é resquício de um tempo em que alguém podia ocultar-se no capim que grassava, primeiramente no campo, e depois também nas cidades.

Por complicada redução de palavra bem brasileira, combinada com insólita influência do inglês, ''niver'' passou a designar festa de aniversário. Nos finais dos anos sessenta, encontramos registro na imprensa que aludia à festa que um marido dera aos amigos ''para festejar o niver de sua bonita e louríssima esposa''.

Tão logo o dinheiro deixou de ser apenas moeda de metal e passou a ser impresso em papel, surgiram os qualificativos para nota: ''nota alta'', ''nota graúda'', ''nota violenta'', ''nota viva'', ''nota preta''.

Ainda não estava oficializada a existência do novo tipo que oferecia prestação de serviços sexuais extraordinários, a conhecida garota-de-programa, mas a imprensa já registrava, no alvorecer de 1970, que ''sair com ela custa uma nota alta''. Primeiramente, na ''garçonnière'', palavra francesa que designava o apartamento para este fim. E mais tarde, no motel, do inglês ''motel'', que designou originalmente hotel de beira de estrada, freqüentado preferencialmente por viajantes e com garagem para cada apartamento.

Os novos costumes retiraram os eufemismos e o motel substituiu a ''garçonnière'' em escala industrial.

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