Sobre nós


O blog “Falando do B” tem como objetivo resgatar a história de um grande sucesso do Jornal do Brasil, o Caderno B. Os alunos da FACHA (Méier) desejam mostrar o início desse suplemento, a sua fase áurea, os grandes escritores e jornalistas que trabalharam no caderno e o quanto ele foi importante, visto que inaugurou uma área cultural até então inexplorada pelo jornalismo brasileiro. Os cadernos culturais se transformaram em objeto de desejo da maioria dos jornais depois de sua criação. O Caderno B foi o pioneiro e até hoje nós podemos curtir esse trabalho diariamente no JB.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Razão e Intuição no JB

(Capa do suplemento dominical do JB)




Em 1959 , o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, embrião do que seria o Caderno B e sob a batuta de Reynaldo Jardim, publicou o manifesto neoconcretista,criado pela classe artística e intelectual do Rio de Janeiro,como pedra fundamental do movimento que reuniu personalidades como a artista plástica Lígia Clark ,Ferreira Gullar, Reinaldo Jardim, Theon Spanudis, Amílcar de Castro, Franz Weismann, e Lígia Pape.

O texto de Ferreira Gullar propunha uma ruptura com o movimento concretista capitaneado pelos paulistas, de cunho mais racional e influenciado pelo concretismo russo.Essa vanguarda estruturava sua criação na proposta de uma nova linguagem,racionalista ,influenciados pelos ares da modernidade que sopravam sobre a nova capital brasileira e acabaram por criar um novo recorte cultural .
Brasília nascia nos "50 anos em cinco" e Glauber Rocha o trazia o cinema novo enquanto a televisão providenciava um novo enquadramento ao olhar da sociedade.
Em 1956 o mesmo caderno já publicara a exposição concretista no Museu de Arte Moderna de São Paulo em apoio ao pensamento artistico de vanguarda.


(O manifesto)

Entretanto, para o grupo de criadores cariocas,não bastava a transformação da linguagem em novos padrões.Era preciso prescindir de qualquer regra e construir um olhar que retirasse o enquadramento do objeto de arte,transformando-o,como queriam os neoconcretistas,em não-objeto.Com essa afirmação propunha-se que o espectador criasse sua própria interpretação do objeto, manipulando-o em uso de seus proprios sentidos,seja na linguagem verbal,escrita,visual ou no contato com o elemento constituído fisicamente no espaço.
Esse novo conceito foi longamente explorado pelo suplemento ,em uma série de matérias que convidavam o leitor a construir sua própria percepção através da manipulação da criação artística,sem regras ou limitações com esquemas de montagem de estruturas e publicação de poesia neoconcreta.Estavam firmados então,os alicerces para a reforma gráfica que originou o caderno B,posicionando-o não somente como caderno feminino,proposta inicial do SDJB, mas como veiculo de divulgação das vanguardas artísticas da época.

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